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terça-feira, 28 de junho de 2016

O Nordeste brasileiro: exemplo vivo de diversidade cultural.


Luiz Gonzaga é sem dúvida o grande ícone dos nordestinos.



A Região Nordeste do território brasileiro é composta pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Apresenta grande pluralidade cultural, com elementos diversificados, por esse motivo serão abordados alguns elementos que integram a cultura da região.O maracatu é originário de Recife (PE), surgiu durante as procissões em louvor a Nossa Senhora do Rosário dos Negros, que batiam o xangô (candomblé) o ano inteiro. O maracatu é um cortejo simples, inicialmente tinha um cunho altamente religioso, hoje é uma mistura de música primitiva e teatro.

Marujada é um bailado popular muito antigo. Consiste na dramatização das lutas portuguesas, da tragédia que foi a conquista marítima.

Quilombo é um folguedo tradicional alagoano, tema puramente brasileiro, revivendo a época do Brasil Colônia. Dramatiza a fuga dos escravos, que foram buscar um local seguro para se esconder, na serra da Barriga, formando o Quilombo dos Palmares.

Candomblé consiste num culto de origem africana trazido pelos escravos negros, na época do Brasil colonial. Na Bahia esse culto é chamado de candomblé, em Pernambuco nomeia-se xangô, no Maranhão, tambor de menina. Atualmente o candomblé, em algumas regiões, está muito modificado em razão da influência dos brancos.

Afoxê é o sagrado participando do profano. É uma obrigação religiosa que os membros dos candomblés (de origem jeje-nagô) devem cumprir. É uma vertente do candomblé adequado ao carnaval. Inicia-se com um despacho para Exu, para que ele não interrompa as festividades carnavalescas, dão-lhe farofa de dendê com azeite.

A Festa de Iemanjá é um agradecimento à Rainha do Mar. A maior festa de Iemanjá ocorre na Bahia, no Rio Vermelho, dia 2 de fevereiro. Todas as pessoas que têm “obrigação” com a Rainha do Mar se dirigem para a praia. Nesse evento cultural há o encontro de todos os candomblés da Bahia. Levam flores e presentes, principalmente espelhos, pentes, joias e perfumes.






O carnaval é o evento popular mais famoso do Nordeste, especialmente em Salvador, Olinda e Recife. Também as festas juninas de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) se destacam. Os festejos de bumba meu boi são tradicionais em todos estados nordestinos.

Bumba meu Boi é um festejo que apresenta um pequeno drama. O dono do boi, um homem branco, presencia um homem negro roubando o seu animal para alimentar a esposa grávida que estava com vontade de comer língua de boi. Matam o boi, mas depois é preciso ressuscitá-lo.

A capoeira foi introduzida no Brasil pelos escravos africanos, é considerada uma modalidade de luta e também de dança. Adquiriu adeptos rapidamente nos estados nordestinos, principalmente na Bahia e Pernambuco. O instrumento utilizado durante as apresentações de capoeira é o berimbau, que é constituído de arco, cabaça cortada, caxixi (cestinha com sementes), vareta e dobrão (moeda).

O Reisado é uma manifestação cultural trazida pelos colonizadores portugueses. É um espetáculo popular das festas de Natal e Reis, cujo palco é a praça pública, a rua. No Nordeste, a partir do dia 24 de dezembro, saem os vários Reisados, cada bairro com o seu, cantando e dançando. Os participantes dos Reisados acreditam ser continuadores dos Reis Magos que vieram do Oriente para visitar o Menino Jesus, em Belém.

O coco é um estilo de dança muito praticado nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A dança é uma expressão do desabafo da alma popular, da gente mais sofrida do Nordeste brasileiro; além disso, foi a dança preferida dos cangaceiros; Lampião e outros cangaceiros dançavam nas horas de descanso e distração.

O frevo surgiu através da capoeira, pois o capoeirista sai dançando o frevo à frente dos cordões, das bandas de música, executando passos semelhantes ao da capoeira. É uma dança de alucinação coletiva, do carnaval pernambucano, é praticado em salões e nas ruas.

Terno de Zabumba é um conjunto musical típico do Nordeste, que alegra sempre as festas. O Terno de Zabumba exerce função profana e religiosa. Tocam as “salvas”, nas rezas e novenas. É conhecido também pelos nomes de Terno de Música, Esquenta Mulher, Cabaçal e Banda de Couro.









Lavagem do Bonfim é uma das maiores festas religiosas populares da Bahia. É realizada numa quinta feira de janeiro. Milhares de romeiros chegam ao Santuário do Senhor do Bonfim, na Bahia. Senhor do Bonfim é o Oxalá africano, existem também promessas católicas de “lavagens de igrejas”. Os fiéis lavam as escadarias da igreja com água e flores.

Literatura de Cordel é uma das manifestações culturais nordestinas, consiste na elaboração de pequenos livros contendo histórias escritas em prosa ou verso, os assuntos são os mais variados: desafios, histórias ligadas à religião, ritos ou cerimônias.

Outro elemento cultural de extrema importância no Nordeste são os artesanatos. A variedade de produtos artesanais na região é imensa, entre eles podemos destacar as redes tecidas, rendas, crivo, produtos de couro, cerâmica, madeira, entre outros.

A culinária nordestina é bem diversificada e se destaca pelos temperos fortes e comidas apimentadas. Os pratos típicos são: carne de sol, buchada de bode, sarapatel, acarajé, vatapá, cururu, feijão verde, canjica, tapioca, peixes, frutos do mar, etc. Também são comuns as frutas ciriguela, umbu, buriti, cajá e macaúba.

FRANCISCO, Wagner De Cerqueria E. "Aspectos Culturais da Região Nordeste "; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/aspectos-culturais-regiao-nordeste.htm>. Acesso em 26 de junho de 2016.





O folclore também é uma manifestação cultural nordestina, expressada através de danças, músicas e uma mistura de cores que faz desse folclore o mais rico e variado do Brasil. É representado através de festas, mitos, lendas, crendices, costumes, superstições e de danças folclóricas.

sábado, 25 de junho de 2016

Chimarrão - a bebida mais emblemática da Região Sul do Brasil

Como eu poderia iniciar uma postagem falando da cultura da Região Sul sem começar pelo maior símbolo sulista da cultura local: o chimarrão. 
Os mandamentos dos gaúchos riograndense:


Do chimarrão
  1. Não peça açúcar no mate.
  2. Não diga que o chimarrão é anti-higiênico.
  3. Não diga que o mate está quente demais.
  4. Não deixe um mate pela metade.
  5. Não se envergonhe do ronco do mate.
  6. Não mexa na bomba.
  7. Não altere a ordem em que o mate é servido.
  8. Não “durma” com a cuia na mão.
  9. Não condene o dono da casa por tomar o primeiro mate.
  10. Não diga que o chimarrão dá câncer na garganta.
Do Churrasco
  1. Nunca compre carnes congeladas, pois pode comprometer o churrasco.
  2. De preferência, rache a conta com os amigos.
  3. Nunca esqueça sua faca sempre bem afiada. Tem que cortar até bigode.
  4. Cerveja sempre de litrão ou chope de barril. No mínimo, 60 litros.
  5. Lave bem as mãos e os braços antes de começar a assar a carne.
  6. Não espirre e nem tussa em cima das carnes.
  7. Mantenha cabelos sempre bem presos, e limpos, barba sempre bem feita.
  8. O churrasqueiro tem sempre que ter sua faca pessoal, guardanapo pessoal, fósforo e acendedor de carvão.
  9. Tenha sempre antiácidos e chá de boldo à mão.
  10. Se beber durante o churrasco, não dirija.
A Região Sul do Brasil foi povoada por imigrantes Europeus de várias nacionalidades, com destaque para os italianos, alemães e poloneses, cada um trouxe consigo suas características culturais (costumes, idioma, culinária, danças, entre outras manifestações).

A riqueza cultural do Sul é muito grande, um exemplo disso é Curitiba, nomeada em 2003 como capital da Cultura das Américas, instituída por organismos da ONU (Organização das Nações Unidas).

Cultura da Região Sul


A cultura da Região Sul do Brasil é caracterizada pela influência de imigrantes que aqui chegaram principalmente durante o século XIX, onde deixaram inegável destaque na formação do povo brasileiro.



Chegando ao Brasil em 1808, D. João preocupou-se em povoar o sul do país para desenvolver não só a economia da região, mas também para garantir a posse do território para Portugal. Logo chegaram os imigrantes portugueses, vindo principalmente do Arquipélago de Açores e se fixaram no litoral do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, onde se dedicaram a pesca e a agricultura de subsistência.

A festa de Nossa Senhora dos Navegantes, realizada no Rio Grande do Sul, é uma tradição trazida pelos portugueses, é uma procissão por terra e água, onde a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes é levada para o Santuário.

Os alemães merecem uma referência especial, não apenas porque seu contingente foi numeroso, mas também porque deram importante contribuição à expansão da ocupação econômica e criaram uma nova paisagem, graças a disseminação das pequenas propriedades agrícolas e a construção de chalés típicos e a introdução de atividades artesanais, embrião de importantes indústrias.

Entre as cidades que receberam maior número de imigrantes alemães foram, São Leopoldo e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul; Blumenau, Joinville, Brusque e São Bento do Sul em Santa Catarina; Londrina, Rio Negro, Cruzeiro do Oeste, no Paraná, entre outras. Blumenau e Joinville são cidades fortemente marcadas pela arquitetura germânica das casas. A cidade de Pomerode é a cidade mais alemã do Brasil.

A Oktoberfest é uma festa de tradições germânicas, originalmente celebradas em Munique, que acontece no mês de outubro em algumas cidades do sul, entre elas Blumenau (SC), Santa Cruz do Sul (RS) e Santa Rosa (RS). Considerada a maior festa alemã das Américas, apresenta um festival de cerveja, com shows, desfiles, danças típicas e gastronomia variada.

Os italianos ocuparam posição de inegável destaque na formação da cultura da Região Sul. Chegaram a partir de 1870. Fixaram-se inicialmente nas zonas rurais. No Rio Grande do Sul, dedicaram-se principalmente a cultura e industrialização da vinha (uva). Muitos de seus núcleos iniciais transformaram-se em cidades importantes como Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi. Em Santa Catarina dedicaram-se a uma agricultura variada. Fundaram importantes cidades, como Nova Trento, Urussanga e Nova Veneza. Nas regiões em que são mais numerosos, introduziram hábitos e costumes de seu país de origem, com destaque para o consumo de massas na alimentação.

A cidade de Caxias do Sul na Serra Gaúcha destaca-se como principal centro de produção de vinho do país. A tradicional Festa da Uva, ocorre em fevereiro onde retrata a colonização italiana através de desfiles, espetáculos regionais, exposição de uvas e vinhos.

A cultura da Região Sul recebeu influência ainda dos poloneses e ucranianos, que se fixaram no Paraná, onde deixaram marcas na paisagem, graças a suas casas de madeira. Dedicando-se à atividades agrícolas e pecuária ou vivendo nas cidades. O artesanato doméstico, no decorrer do tempo, transformou-se em indústrias de grande porte, enriquecendo a economia da região.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Aspectos da cultura da Região Norte do Brasil


LogoA Região Norte do Brasil é formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Sua população é bem miscigenada (indígenas, imigrantes, cearenses, gaúchos, paranaenses, nordestinos, africanos, europeus e asiáticos), fator que contribui para a diversidade cultural da Região. A quantidade de eventos culturais do Norte é imensa, por esse motivo iremos destacar alguns desses vários elementos que compõem a cultura desse povo tão alegre e receptivo.

São várias as manifestações culturais realizadas pelas diferentes tribos indígenas distribuídas pela Região Norte. O índio, por vaidade ou questões religiosas, se enfeita através de pinturas e acessórios durante suas celebrações.









As duas maiores festas populares do Norte são o Círio de Nazaré, que no segundo domingo de outubro reúne mais de 2 milhões de pessoas em Belém (PA), e o Festival de Parintins, a mais conhecida festa do boi-bumbá do país, que ocorre em junho, no Amazonas.
Realizado em Belém do Pará há mais de dois séculos, o Círio de Nazaré é uma das maiores e mais belas procissões católicas do Brasil e do mundo. Reúne, anualmente, cerca de dois milhões de romeiros numa caminhada de fé pelas ruas da capital do estado, num espetáculo grandioso em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, a mãe de Jesus.

O boi-bumbá é uma das variações do bumba meu boi, largamente praticado no Brasil. É uma das mais antigas formas de distração popular. Foi introduzido pelos colonizadores europeus, sendo a primeira expressão de teatro popular brasileiro.
O Festival de Parintins é um dos maiores responsáveis pela divulgação cultural do boi-bumbá. No Bumbódromo apresentam-se as agremiações Boi Garantido (vermelho) e Boi Caprichoso (azul). São três noites de apresentação nas quais são abordados, através das alegorias e encenações, aspectos regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos.
O carimbó é um estilo musical de origem negra, uma manifestação cultural marcante no estado do Pará. A dança é realizada em pares e são formadas duas fileiras de homens e mulheres, quando a música é iniciada os homens se direcionam às mulheres batendo palmas; formados os pares, eles ficam girando em torno de si mesmos.
O Congo ou Congada é uma manifestação cultural de origem africana, mas com influência ibérica, o congo já era conhecido em Lisboa entre 1840 e 1850. É popular em toda a Região Norte do Brasil, durante o Natal e nas festividades de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.
A congada é a representação da coroação do rei e da rainha eleitos pelos escravos e da chegada da embaixada, que motiva a luta entre o partido do rei e do embaixador. Vence o rei, perdoa-se o embaixador. Termina com o batizado dos infiéis.


Em Taguatinga, no sul do estado do Tocantins, as Cavalhadas tiveram início em 1937. Acontecem durante a festa de Nossa Senhora da Abadia, nos dias 12 e 13 de agosto. O ritual se inicia com a benção do sacerdote aos cavalheiros; a entrega ao imperador das lanças usadas nos treinamentos para a batalha simbolizando que estes estão preparados para se apresentar em louvor a Nossa Senhora da Abadia e em honra ao imperador.
A Folia de Reis é outro evento comum nos estados do Norte. Comemora-se o nascimento de Jesus Cristo encenando a visita dos três Reis Magos à gruta de Belém para adorar o Menino-Deus. Dados a respeito dessa festa afirmam que a sua origem é portuguesa e tinha um caráter de diversão, era a comemoração do nascimento de Cristo.
A Festa do Divino é de origem portuguesa, é uma da mais cultuadas em Rondônia, reúne centenas de fiéis nos meses de abril, maio e junho, proporcionando um belo espetáculo.
Jerusalém da Amazônia é a segunda maior cidade cenográfica do mundo, onde se encena a Paixão de Cristo durante a Semana Santa. Esse é outro evento cultural de fundamental importância para a população de Rondônia.
A herança indígena é fortíssima na culinária do Norte, baseada na mandioca e em peixes. No estado do Amapá, a carne de sol é bastante consumida pela população. Nas cidades de Belém e em Manaus é tomado direto na cuia indígena o tacacá, espécie de sopa quente feita com tucupi, goma de mandioca, jambu (um tipo de erva), camarão seco e pimenta-de-cheiro. O tucupi é um caldo da mandioca cozida e espremida no tipiti (peneira indígena), que acompanha o típico pato ao tucupi, do Pará.
Na Ilha de Marajó se destaca o frito do vaqueiro, feito de cortes de carne de búfalo acompanhados de pirão de leite. Também da ilha vem a muçarela de búfala.
A biodiversidade da Amazônia se reflete ainda na variedade de frutas: cupuaçu, bacuri, açaí, taperebá, graviola, buriti, tucumã, pupunha, entre outros.
O artesanato no Norte é bem diversificado e os trabalhos são produzidos com fibras, coquinhos, cerâmica, pedra-sabão, barro, couro, madeira, látex, entre outros. São feitos bichos, colares, pulseiras, brincos, cestarias, potes, etc.
O artesanato indígena é utilizado como enfeites, para compor a indumentária usada nos rituais e também para a produção de utensílios domésticos e na comercialização. Os Karajá são excelentes artesãos da arte plumária e cerâmica. Os Akwe (Xerente) são considerados o povo do trançado (cestaria) e os Timbiras (Apinajé e Krahô), são especialistas na arte dos trançados e artefatos de sementes nativas do cerrado.
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/brasil/aspectos-culturais-regiao-norte.htm

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Diversidade e igualdade


Vive-se atualmente o contexto do mundo globalizado, a era da informação. Dentro desta realidade tem-se que o mundo é multicultural. O que, afinal, vem a ser multiculturalismo?


O multiculturalismo é o reconhecimento das diferenças, da individualidade de cada um. Daí então surge a confusão: se o discurso é pela igualdade de direitos, falar em diferenças parece uma contradição. Mas não é bem assim. A igualdade de que se fala é igualdade perante a lei, é igualdade relativa aos direitos e deveres. As diferenças às quais o multiculturalismo se refere são diferenças de valores, de costumes etc, posto que se trata de indivíduos de raças diferentes entre si.
No Brasil, o convívio multicultural não deveria representar uma dificuldade, afinal, a sociedade brasileira resulta da mistura de raças - negra, branca, índia -

cada uma com seus costumes, seus valores, seu modo de vida, e da adaptação dessas culturas umas às outras, numa “quase reciprocidade cultural”. Dessa mistura é que surge um indivíduo que não é branco nem índio, que tampouco é negro, mas que é simplesmente brasileiro. Filhos desse hibridismo e tendo como característica marcante o fato de abrigar diversas culturas, nós, brasileiros, deveríamos lidar facilmente com as diferenças. Mas não é exatamente isso o que ocorre.
Fonte: http://www.infoescola.com/sociologia/multiculturalidade/


Identidade Cultural brasileira: um desafio a ser construído.

Diante de tanta diversidade num país com dimensões continental, banhado por um oceano que da acesso a quase todas as partes do mundo, a sociedade brasileira se constitui historicamente como uma nação multicultural, multiétnica e multirreligioso.




A identidade cultural é um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos historicamente compartilhados que estabelece a comunhão de determinados valores entre os membros de uma sociedade. Sendo um conceito de trânsito intenso e tamanha complexidade, podemos compreender a constituição de uma identidade em manifestações que podem envolver um amplo número de situações que vão desde a fala até a participação em certos eventos.
Durante muito tempo, a ideia de uma identidade cultural não foi devidamente problematizada no campo das ciências humanas. Com o desenvolvimento das sociedades modernas, muitos teóricos tiveram grande preocupação em apontar o enorme “perigo” 
que o avanço das transformações tecnológicas, econômicas e políticas poderiam oferecer a determinados grupos sociais. Nesse âmbito, principalmente os folcloristas defendiam a preservação de certas práticas e tradições.
Por outro lado, algumas recentes teorias culturais desenvolvidas no campo das ciências humanas desempenharam o papel inovador de questionar o próprio conceito de identidade cultural. De acordo com essa nova corrente, muito em voga com o desenvolvimento da globalização, a identidade cultural não pode ser vista como sendo um conjunto de valores fixos e imutáveis que definem o indivíduo e a coletividade da qual ele faz parte.
Um dos mais conhecidos exemplos dessa nova tendência que pensa a questão das identidades pode ser encontrada na obra do pesquisador Nestor Garcia Canclini. Em vários de seus escritos, este pensador tem a recorrente preocupação de analisar diversas situações nas quais mostra que a cultura e as identidades não podem ser pensadas como um patrimônio a ser preservado. Longe disso, ele assinala que o intercâmbio e a modificação são caminhos que orientam a formulação e a construção das identidades.

Identidade e Diversidade


Vive-se atualmente o contexto do mundo globalizado, a era da informação. Dentro desta realidade tem-se que o mundo é multicultural. O que, afinal, vem a ser multiculturalismo?


O multiculturalismo é o reconhecimento das diferenças, da individualidade de cada um. Daí então surge a confusão: se o discurso é pela igualdade de direitos, falar em diferenças parece uma contradição. Mas não é bem assim. A igualdade de que se fala é igualdade perante a lei, é igualdade relativa aos direitos e deveres. As diferenças às quais o multiculturalismo se refere são diferenças de valores, de costumes etc, posto que se trata de indivíduos de raças diferentes entre si.
No Brasil, o convívio multicultural não deveria representar uma dificuldade, afinal, a sociedade brasileira resulta da mistura de raças - negra, branca, índia -

cada uma com seus costumes, seus valores, seu modo de vida, e da adaptação dessas culturas umas às outras, numa “quase reciprocidade cultural”. Dessa mistura é que surge um indivíduo que não é branco nem índio, que tampouco é negro, mas que é simplesmente brasileiro. Filhos desse hibridismo e tendo como característica marcante o fato de abrigar diversas culturas, nós, brasileiros, deveríamos lidar facilmente com as diferenças. Mas não é exatamente isso o que ocorre.


Fonte: http://www.infoescola.com/sociologia/multiculturalidade/