Historia
Década de 1930
1933
O segundo concurso das escolas de samba contou com a participação de 28 agremiações.
O jornal "O Globo" substituía o periódico "O Mundo Esportivo" e patrocinava o evento, que prometia um sucesso ainda maior do que o obtido no ano anterior. O desfile estruturou-se, ganhou o apoio do prefeito Pedro Ernesto, mas estava ainda muito aquém do reconhecimento pretendido pelos sambistas.
Para a divulgação dos desfiles, jornalistas de "O Globo" visitaram algumas escolas para explicar aos leitores o que era uma escola de samba, ainda uma manifestação desconhecida de seus leitores, predominantemente das camadas superiores da sociedade.
Centenas de lâmpadas
A "Vai como Pode" foi a 11ª escola a desfilar, entrando na Praça XI ornamentada e iluminada por centenas de lâmpadas logo após a Recreio de Ramos. Aproximadamente 40.000 pessoas estavam presentes para aplaudir esse segundo desfile oficial da jovem escola de Oswaldo Cruz, região já reconhecida como um dos principais redutos de samba da cidade.
O enredo, ou tema, de autoria de Antônio Caetano, foi "Voando para a Glória", inspirado na Águia, o símbolo da escola. Auxiliando Caetano, Juca, Candinho e os jovens Lino Manuel dos Reis e Euzébio Gonçalves da Silva formavam uma verdadeira equipe, fundamental para as glórias futuras da Portela.
Juntos, a equipe responsável pelo barracão criou um belíssimo castelo no qual pousava uma águia de asas abertas, ponto alto do desfile, além de diversas crianças andando de bicicleta para ilustrar a idéia proposta. O samba, composto por Boaventura dos Santos, o Ventura, foi "O Carnaval da Vitória", que expressava a esperança do pessoal de Oswaldo Cruz na conquista do primeiro campeonato. Contudo, o talento de Ventura e a criatividade de Caetano não foram suficientes para que a escola conquistasse seu primeiro título.
Questão de tempo
A comissão julgadora seria composta por João da Gente, Roberto Lobo, Antônio Veloso, Jorge Murade e Pilar Drumond. Como os três últimos não compareceram, o jornalista Jofre Rodrigues foi chamado para também fazer parte. O resultado final apontou a "Vai como Pode" em quarto lugar, empatada com a "De Mim Ninguém se Lembra", do bairro vizinho de Bento Ribeiro, que contava com o ex-portelense Heitor dos Prazeres.
Nada, porém, abalava a confiança dos sambistas de Oswaldo Cruz. Era apenas o segundo desfile, e todos sabiam que a primeira vitória seria apenas questão de tempo.
Ficha técnica:
Resultado: 4ª Colocada do Grupo 1
Data, Local e Ordem de Desfile: 11ª Escola de 26/02/33, Domingo, Praça XI
Autor do Enredo: Antônio Caetano
Carnavalesco: Antônio Caetano
Presidente: Benício Alberto dos Santos
Samba:
“Parei”
Autor: Licurgo Batista
Parei, parei
De tanto sofrer na vida
Porque já deixei
De quem pra mim foi fingida
Eu arranjei outra que me sabe amar
E por um golpe de sorte
Fui muito forte
Deixei a maré de azar
Década de 40
1940
O grande sucesso do desfile de 1939 encheu os portelenses de esperança para a disputa do bicampeonato. O enredo era "Homenagem à Justiça", idealizado por Lino Manuel dos Reis e desenvolvido com o auxílio de Euzébio, Nô e Hilton.
Para encantar mais um vez a Praça XI, Lino preparou várias alegorias, entre elas as que representavam a liberdade e a justiça. A esperança era que mais uma vez a escola comovesse o público e arrancasse os esperados aplausos.
O samba, novamente composto por Paulo da Portela, tinha um verso em que dizia: "Salve a justiça!". Contudo, na hora em que a escola se apresentava, as pastoras teriam cantado "Pau na justiça!", em vez da letra original do samba.
Protesto ou erro
Sobre a forma com que esse samba foi cantado, existem algumas divergências que ninguém consegue esclarecer corretamente: alguns acreditam que o samba foi modificado propositalmente na hora do desfile, como uma forma de protesto diante do momento político que o país atravessava; outros, no entanto, dizem que foi apenas um erro, sem qualquer intenção de criticar a realidade social brasileira.
De uma forma ou de outra, a verdade é que o resultado acabou não correspondendo às expectativas iniciais. A Portela obteve apenas a quinta colocação, atrás da Mangueira, Mocidade Louca de São Cristovão, Azul e Branco e União de Sampaio.
A comissão julgadora de 1940 foi composta por Modestino Kanto, Francisco Guimarães Romano, Gerhardt Luckman, Arlindo Cardoso e Lourival Dalier Pereira, todos nomeados pessoalmente pelo prefeito Henrique Dodsworth.
Ficha técnica:
Resultado: 5ª Colocada do Grupo 1
Data, Local e Ordem de Desfile: 04/02/40, Domingo, Praça XI
Carnavalesco: Lino Manuel dos Reis e/ou Paulo da Portela
Presidente: Sr. Antonio
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Dodô e Manoel Bam-Bam-Bam
Bateria: Mestre Betinho
Samba enredo:
Autor: Paulo da Portela
Galeria da Escola de Samba Portela - a campeã 2017
A Portela quebrou um jejum de 33 anos e é a grande campeã do carnaval do Rio de 2017. No segundo ano com o carnavalesco Paulo Barros, a escola de Madureira desfilou na avenida as lendas dos rios. Agora com 22 títulos, a Portela é a escola que mais vezes foi campeã.
Com o título, a festa tomou conta da escola de samba em Madureira, que ficou lotada ainda à tarde durante a apuração. A festa aumentou no bairro após o título da Série A do vizinho Império Serrano. As ruas ficaram completamente lotadas.
Assim que foi proclamada a campeã, Luis Carlos Magalhães, presidente da agremiação, sacramentou o fim do jejum. "Acabou essa história".
Baluarte da escola, Tia Surica prometeu feijoada em dobro para celebrar o título. "Eu tô chorando de alegria! E vou tomar todas!", garantiu.
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